A ARTE GÓTICA


O termo gótico foi criado pelos renascentistas para denominarem um tipo de arquitetura compreendida por eles como bárbara, uma vez que destronou a arte clássica. Acabou sendo aplicado também para a escultura, pintura e ornamentação do período em que as obras arquitetônicas foram construídas, apesar de ser considerada, por alguns críticos, como uma denominação não precisa. Entretanto, o termo, hoje em dia, já perdeu o sentido depreciativo que os renascentistas quiseram imprimir-lhe. O gótico refere-se a um determinado período que se inicia com um estilo arquitetônico revolucionário, o qual durou do Século XII ao XIV na maioria da Europa. Em alguns lugares, continuou persistindo até o Século XVI e, isoladamente, continuou-se a praticar a arte até o Século XVIII. Tendo aparecido na França, na região de Ile de France, onde se encontra Paris, o estilo gótico desenvolve-se dos séculos XII ao XVI. Ao lado do bizantino e do românico, o gótico é assim a última grande arte cristã da Idade Média.













A arquitetura gótica liberou as paredes das catedrais da função de sustentação que desempenhavam na arquitetura românica. Isso possibilitou o uso de vitrais, sob constantes mutações luminosas e coloridas, conforme a direção dos raios solares.

Além das catedrais, a partir do século XIII, esse estilo foi também aplicado em monumentos civis, residências senhoriais, palácios e castelos. As grandes salas dos palácios e castelos recebiam, porém, ao lado dos tapetes, decorações murais.



















Além das catedrais, a partir do século XIII, esse estilo foi também aplicado em monumentos civis, residências senhoriais, palácios e castelos. As grandes salas dos palácios e castelos recebiam, porém, ao lado dos tapetes, decorações murais.

Muitas desapareceram por obra do tempo ou em conseqüências de reformas e ampliações.

Na última fase da pintura gótica, nos anos de 1400 a 1500 aparecem os pintores chamados pré-renascentistas, porque anunciadores da Renascença. Distinguem-se por progressiva libertação do convencionalismo bizantino e da minúcia oriunda das miniaturas. Os italianos Giotto (1266 - 1336) e Masaccio (1401 -1428) antecipam essa libertação.







A pintura gótica alcançou admirável expressão nas miniaturas ou iluminárias, isto é, na decoração e ilustração dos livros medievais, feitos com pergaminho em lugar de papel e inteiramente escritos e ilustrados a mão.

No românico, constituíra-se numa arte exclusivamente religiosa, praticada pelos monges nos conventos. Mas, desde o século XII deixava a miniatura de ser exclusividade de artistas religiosos. Surgem, cada vez mais numerosos, os iluministas ou miniaturistas leigos. Organizam-se em atelieres coletivos, reúnem-se em corporações profissionais e dividem-se em especializações - os peritos nos ornamentos marginais, nas letras iniciais ou nas cenas de figuras e paisagens. Em Paris, um dos ativos centros da miniatura, havia uma rua ocupada por atelieres, individuais ou coletivos, alguns pertencentes a mulheres, que se distinguiram também nessa arte delicada e feminina.

A pintura gótica, sobretudo entre os artistas nórdicos, principalmente alemães e flamengos, sofre de modo notável essa influência do detalhe, menos sensível entre os italianos, que se revelam mais sintéticos nas suas decorações murais, mais simples nas formas e cores.




A pintura gótica, sobretudo entre os artistas nórdicos, principalmente alemães e flamengos, sofre de modo notável essa influência do detalhe, menos sensível entre os italianos, que se revelam mais sintéticos nas suas decorações murais, mais simples nas formas e cores.

Os pintores do período gótico são chamados primitivos. Antecedem e anunciam os pré-renascentistas do século XV. Os primitivos italianos dividem-se em duas escolas características - a de Florença e a de Siena.

A florentina, representada por Giotto, é a mais realista e de inspiração popular. Recebe influências dos mosaicos bizantinos, visíveis na monumentalidade da composição e simplicidade do desenho e das cores.







A simbologia da arte do período gótico é riquíssima em elementos que atestam a fé dos homens de então.

Além de se tornar visível na escultura, essa simbologia aparece também nos vitrais coloridos, nas pinturas e nas ilustrações de manuscritos.

E é exatamente entre as ilustrações de manuscritos, na maioria das vezes relacionados a temas bíblicos, que encontramos o melhor da pintura gótica.

Esses ornamentos costumam ser extremamente coloridos, brilhantes e cheios de símbolos.




Os vitrais multicoloridos também são bastante representativos da arte gótica, principalmente se levada em conta a extrema importância da luz nas igrejas.

A luz, ao entrar pelas janelas, assume as cores dos vitrais e cintila, contribuindo para a atmosfera espiritual desses lugares. São dois, na realidade, os elementos fundamentais da arquitetura gótica: a abóbada de cruzaria e o arco agudo. A eles vamos referir-nos a seguir.






O traçado de janelas e rosetões é também muito característico do estilo. Nos séculos XII e XIII é freqüente a divisão da janela mediante dois arcos agudos e rosetão em cima, susceptível cada um destes arcos de ter análoga divisão. Os grandes rosetões de traçado radial também se organizam de modo semelhante: arcos agudos dispostos radialmente e rosetão entre eles. No século XIV complicam-se os traçados e vemos surgir triângulos curvilíneos, figuras geométricas, rosetões tangentes e maior número de arcos, o que faz com que se percam a simplicidade e clareza dos traços da etapa anterior. Por último, no século XV os traços adquirem perfis flamejantes, isto é, com proliferação de molduras de formas sinuosas, em composições eminentemente decorativas por si mesmas - não já como suporte de vitral onde o motivo da curva e a contracurva é o seu elemento mais distintivo. É muito típica a chamada "bolha", em que o pequeno rosetão que se situa entre os arcos se prolonga como se surgisse entre eles, e no interior dispõe-se uma moldura sinuosa.




Basicamente, a abóbada de cruzaria é formada por dois arcos que se cruzam no espaço e sobre os quais se apóia a plementaría ou casco da abóbada. Com este sistema, os empuxos do peso da abóbada concentram-se nos ângulos - isto é, nos arranques dos referidos arcos e nos pilares que os sustentam - , pelo que a parede deixa de desempenhar uma função de sustentação da abóbada, de forma que é possível aligeirá-lo, abrir grandes vãos nele e inclusive suprimi-lo. Em contrapartida, tornam-se precisos poderosos contrafortes que absorvam os empuxos a que estão submetidos aqueles pilares e que se exercem obliquamente, tendendo a deslocá-los para fora. tendência para aumentar a decoração e para procurar efeitos de maior riqueza, com o aparecimento das abóbadas de terceletes, a proliferação de molduras verticais e a fragmentação do espaço nos janelões, onde os traços apresentam os típicos triângulos curvilíneos ao mesmo tempo em que se observa um maior afilamento dos arcos.













A geometria das catedrais

Notadamente a Matemática, manifestada pela simetria e pela geometria, é um elemento básico no estilo arquitetônico gótico.
Alguns exemplos podem ilustrar isso melhor:



























No traçado das catedrais os arquitetos mostram os seus profundos conhecimentos matemáticos. Em linhas gerais correspondem a dois tipos. O primeiro deles baseia-se no triângulo (ad trianguium): destaca-se a nave central e a combinação de triângulos determina tanto a planta como o alçado. O segundo, ou ad quadratum, baseia-se na combinação de quadrados, que podem ter pentágonos ou hexágonos inscritos, tendendo à igualdade de altura das naves.
O traçado geométrico para a elaboração dos desenhos os vitrais demonstram a precisão dos cálculos geométricos.





0 comentários:

 
© 2008 *By Templates para Você*